16.09.2009 - 11h20 PÚBLICO, com Lusa
O sentido do voto de cada um dos europarlamentares foi mantido secreto apesar de a votação ter sido feita com a utilização de meios electrónicos, que não permite verificar o número de deputados que fugiu à indicação feita por cada uma das famílias políticas europeias. Há cinco anos, quando foi eleito para o primeiro mandato, Durão Barroso tinha obtido 413 votos a favor, 251 contra e 44 abstenções.
O ex-primeiro-ministro português inicia agora a tarefa de formar a próxima equipa de comissários europeus que terá de passar por um novo escrutínio do Parlamento Europeu.
Ao conseguir 382 votos a favor, ultrapassou a barreira da maioria de 369 votos favoráveis (num total de 736 eurodeputados) a que estaria obrigado se o Tratado de Lisboa já estivesse em vigor.
A votação foi, no entanto, ainda feita com as regras do Tratado de Nice que estipula que a eleição é feita com a maioria simples dos votos expressos (a abstenção não conta).
Antes do acto eleitoral de hoje, Durão Barroso recebeu o apoio de três famílias políticas europeias: a sua família política, o grupo do Partido Popular Europeu (PPE), o mais importante do PE com 265 dos 736 dos deputados; os liberais (ALDE), o terceiro grupo com 84 assentos; e os reformistas e reformadores, a quinta força com 54 eurodeputados. Os oito deputados do PSD e os dois do CDS-PP pertencem ao PPE.
Deram indicação de voto negativa os Verdes, a quarta força com 55 membros, a Esquerda Unitária, sexta força com 35 eurodeputados, entre os quais dois membros do PCP, e o grupo nacionalista e anti-europeu Europa da Liberdade e Democracia, com 32 membros.
O grupo dos socialistas europeus (S&D), a segunda maior força do PE com 184 deputados, decidiu que os seus membros se deviam abster.
No entanto, os deputados do PS (portugueses) e PSOE (espanhóis), pelo menos, não esconderam que dariam o seu apoio a Durão Barroso, à excepção da deputada socialista Ana Gomes.
O actual presidente da Comissão Europeia foi indigitado pelo Conselho Europeu (chefes de Estado e de Governo), em Julho último, tendo agora sido confirmado no lugar pelo Parlamento Europeu.