O plano director de referência do novo aeroporto de Lisboa, apresentado esta terça-feira, vai poder ser alterado pelos concorrentes à privatização da ANA - Aeroportos de Portugal e construção da infra-estrutura, afirmou o presidente-executivo da empresa responsável pelo projecto.
A NAER - Novo Aeroporto, apresentou hoje a versão final do plano director de referência, que define as características do futuro aeroporto da região de Lisboa, como sejam o planeamento do terminal de passageiros, das áreas comercias e de apoio, os acessos e as redes de serviços e abastecimentos.
Este plano, que foi elaborado pela ANA e pelo consórcio Hok/Arup/BMM/Aviation Solutions, faz parte da informação a prestar no âmbito do concurso e servirá para o concessionário vencedor detalhar o projecto e executar a obra.
O presidente-executivo da Naer, Carlos Madeira, afirmou hoje, durante a conferência de imprensa em que foi apresentado o plano, que os concorrentes "podem pegar no desenho e ajustá-lo às suas necessidades".
"É um plano de referência. A iniciativa privada terá oportunidade de ajustá-lo e aperfeiçoá-lo à sua medida" porque "os concorrentes não são todos iguais", afirmou Carlos Madeira.
O concurso para a privatização da ANA e construção do novo aeroporto que, de acordo com o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, será lançado até ao final do semestre, tem, até ao momento, dois interessados: o consórcio Asterion, liderado pela Brisa e pela Mota-Engil, e o agrupamento encabeçado pela Teixeira Duarte e pela espanhola Ferrovial.
De acordo com plano director de referência apresentado hoje, o novo aeroporto, que será construído na zona do Campo de Tiro de Alcochete, terá duas pistas paralelas, com 4.000 metros cada uma, no meio das quais será construído o terminal de passageiros.
A estrutura terá quatro pisos e 91 balcões de check-in, aos quais se deverão somar os 11 balcões que serão localizados na estação ferroviária que servirá o aeroporto.
No ano de abertura que, de acordo com o Governo, será 2017, o novo aeroporto terá capacidade para 19 milhões de passageiros/ano e para movimentar 185 mil aeronaves/ano.
O presidente executivo da Naer afirmou que o aeroporto será servido por um pipeline (gasoduto), de modo a evitar que surjam problemas de abastecimento de combustível como os verificados em Junho de 2008, durante a paralisação dos camionistas.
Durante os três dias que durou o bloqueio dos camionistas, o aeroporto da Portela ficou sem combustível, o que obrigou os aviões da TAP a abastecer nos pontos de origem e a fazer escalas técnicas em aeroportos como o do Porto ou Funchal.
O novo aeroporto deverá ser servido por uma auto-estrada, cujos custos de construção ficarão a cargo da Brisa, e pela rede ferroviária convencional e de alta velocidade.
Fonte: Jornal de Notícias