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♪ Hino "A Portuguesa" ♪



"Heróis do mar, nobre povo,

Nação valente e imortal

Levantai hoje de novo

O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,

Ó Pátria, sente-se a voz

Dos teus egrégios avós

Que há de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!

Sobre a terra, sobre o mar,

Às armas, às armas!

Pela Pátria lutar

Contra os canhões marchar, marchar!"





♫ Ouça o Hino ♫






♦ DEDICATÓRIA ♦


"Pai, onde quer que estejas, obrigado por tudo. Tu fostes antes da hora, mas o teu legado sempre permanecerá em nossas vidas, sobretudo na minha. Saudades..."





ANTÓNIO LOUREIRO GONÇALVES
("In memoriam" 1955 2003)


domingo, 30 de agosto de 2009

Templo Romano em Beja


ARQUEOLOGIA


Templo romano descoberto em Beja é o maior de Portugal

por Lusa, 30 de julho de 2009.

O templo romano do século I d.C. soterrado em Beja, identificado há 70 anos e que tem sido escavado desde que foi descoberto há um ano, é "o maior" de Portugal e "um dos maiores" da Península Ibérica.

"É o maior dos templos romanos já conhecidos em Portugal", como o de Évora e o de Conímbriga, e, "sem dúvida, um dos maiores da Hispânia" (designação da Península Ibérica na época romana), confirmou hoje à agência Lusa a arqueóloga Conceição Lopes.

Trata-se de "um edifício imponente", com 30 metros de comprimento e 19,40 metros de largura, e, tal como os templos romanos de Évora, da província espanhola de Ecija (Sevilha) e de Barcino (Barcelona), é rodeado por um tanque, com 4,5 metros de largura, precisou a arqueóloga.

Segundo Conceição Lopes, o templo imperial, "seguramente do século I d.C", é o identificado pelo arqueólogo Abel Viana em 1939, durante a abertura dos caboucos para a construção do reservatório de água de Beja, junto ao logradouro do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA).

Na altura, o arqueólogo identificou um "grande edifício, que interpretou como o templo romano de Pax Julia" (designação de Beja na época romana), mas os vestígios foram tapados e no final dos anos 90 Conceição Lopes decidiu avançar com escavações no local, para "tentar ver o que Abel Viana tinha identificado".

Nas duas primeiras campanhas de escavações, em 1997 e 2006, foram achados edifícios de várias épocas, mas só na campanha do ano passado, entre Julho e Agosto, foi descoberto o templo romano identificado por Abel Viana.

Entretanto, a demolição do edifício do departamento técnico da Câmara de Beja, que tinha sido atingido por um incêndio em Outubro de 2008, e a queda de um muro do edifício da antiga tipografia do jornal Diário do Alentejo (DA), "abriram terreno" e permitiram estender as escavações ao longo de um núcleo entre a Praça da República e as ruas Abel Viana, da Moeda e dos Escudeiros.

Através das três campanhas deste ano, cuja última terminou na passada semana, Conceição Lopes e alunos do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra conseguiram "perceber melhor" a "imponência" do templo romano.

As escavações no local onde era o fórum (praça central) da cidade Pax Julia, para recuperar a cota da época romana e desvendar o templo imperial, deverão recomeçar após a Câmara de Beja comprar e demolir o edifício da antiga tipografia do DA e que está instalado "em cima de grande parte" e "a mais interessante" do templo, previu Conceição Lopes.

A autarquia "está em negociações" para comprar o edifício, que deverá ser demolido, porque "a ideia é escavar até colocar todo o templo à mostra", disse o presidente da Câmara de Beja, Francisco Santos.

O património descoberto, "fundamental" para conhecer a história de Beja, é "tão valioso" que a Câmara "está disponível" para "dar os passos necessários" para que os achados, sobretudo o templo romano, tenham um tratamento museológico "adequado".

O objectivo é expor o património achado para "ser usado e visitado" pelos habitantes e turistas e, no futuro, ser "uma mais-valia económica para a cidade", disse Francisco Santos.

O projecto "pensado", que poderá implicar um investimento "entre 1,5 a dois milhões de euros", previu o autarca, deverá incluir a reconstrução do departamento técnico da Câmara, a compra e a demolição do edifício da antiga tipografia do DA, comparticipação de escavações, musealização dos achados, como a hipotética reconstituição do templo imperial romano, e o enquadramento paisagístico da zona.

Francisco Santos admitiu que o reservatório de água de Beja, situado no local e quase sem utilidade, poderá ser "transformado num miradouro", a partir do qual será possível observar o templo e a cidade.

Na campanha do ano passado, além do templo imperial romano, a equipa coordenada por Conceição Lopes descobriu outro "importante" edifício do fórum da cidade Pax Julia.

O edifício, a "primeira instalação romana da cidade, foi construído no final do século I a.C., no tempo de Augusto, o primeiro imperador romano".

O templo imperial e o edifício, frisou a arqueóloga, demonstram que Pax Julia "era a mais importante cidade romana" de Portugal, a "grande colónia do sudoeste peninsular" e "a capital do 'conventus pacencis'", ou seja, da região político-administrativa e jurídica que ocupava toda a zona a Sul do Tejo do actual território português.

Além dos dois edifícios romanos, as escavações colocaram ainda a descoberto outro edifício da Idade do Ferro que "confirma a ocupação e revela a importância da cidade na época pré-romana", disse a também coordenadora do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto.

Apesar de frisar que não dispõe de elementos para dizer exactamente quando foi construído o edifício, "um dos melhores e dos mais bem conservados da Idade do Ferro descobertos no Sul de Portugal", Conceição Lopes referiu que "há a presença de materiais desde o século VII a.C. ao século III d.C.".

Nas anteriores campanhas, já tinham sido descobertas várias estruturas de períodos posteriores à época romana, como "belíssimos" edifícios dos séculos XVI e XVII, como "vestígios da antiga cadeia de Filipe III e de algumas casas do tempo de D. Manuel".

Em termos científicos, "o mais interessante" destas descobertas "é perceber que Beja teve uma dinâmica muito interessante ao longo dos tempos" e que "soube reciclar e usar muito bem os edifícios que tem", frisou a arqueóloga.

O património que tem vindo a ser descoberto no núcleo escavado junto à Praça da República é "extraordinariamente importante", porque "pode, finalmente, permitir contar a história" de Beja, desde o século VII a.C., na Idade do Ferro, até ao século XXI, salientou Conceição Lopes.

"Neste momento, estão reunidas as condições para Beja vir a recuperar, do ponto de vista da sua identidade, um grande passado, absolutamente interiorizado na contemporaneidade", disse.


Fonte: Diário de Notícias